Balenciaga: Clientes revoltados queimam acessórios e grife se desculpa por anúncios com crianças e ursinhos ‘fetichistas’

Reprodução/ Internet

A grife espanhola Balenciaga foi duramente criticada por uma série de fotos que mostrava crianças modelos posando com bolsas da marca em formato de ursinhos de pelúcia. Revoltados, clientes apareceram em seus perfis de rede social queimando seus produtos da marca.

O problema é que os ursinhos vestiam pulseiras e coleiras de couro associados a fetiches e sadomasoquismo.

As imagens foram divulgadas como parte de uma campanha de publicidade da nova linha de produtos da grife.

A Balenciaga retirou as imagens de circulação e diz que vai “tomar medidas” em relação à campanha. Entenda a polêmica.

As fotos

A Balenciaga é considerada uma das marcas mais valiosas na moda e seus produtos de luxo são queridinhos de celebridades e influenciadores.

Mas as fotos de duas de suas últimas campanhas geram uma reação extremamente negativa do público.

A primeira foi uma série de imagens mostrando modelos infantis posando com as mochilas de pelúcia da empresa.

Esses acessórios inspirados em ursinhos de pelúcia parecem brinquedos — mas usam coleiras de couro e outros itens associados a fetiches.

Duas das fotos mostravam crianças abraçando as mochilas.

Os críticos então se concentraram em uma imagem de uma campanha anterior, separada, promovendo a colaboração da marca com a Adidas.

Uma das fotos mostrava uma bolsa em cima de alguns documentos. Quando as pessoas ampliaram o texto, revelaram que os papéis eram de uma decisão da Suprema Corte dos EUA relacionada a imagens indecentes de crianças.

A reação

Balenciaga começou a postar as imagens em suas redes sociais em 16 de novembro.

Eles começaram a se tornar virais, especialmente nos Estados Unidos, entre os usuários que se opõem ao que consideraram ser uma sexualização de crianças.

À medida que as críticas aumentavam, uma postagem com críticas da YouTuber June Nicole Lapine ganhou muita força e Balenciaga deletou todas as imagens pouco tempo depois.

Depois disso, alguns canais de televisão de direita dos EUA publicaram a história e acusaram a grife de “endossar a pornografia infantil”.

A acusação foi alimentada pela campanha de colaboração com a Adidas, que tinha imagem de documentos sobre um julgamento sobre pornografia infantil na internet.

As desculpas

A Balenciaga postou um pedido de desculpas a seus 14 milhões de seguidores no Instagram e disse que suas bolsas de pelúcia “não deveriam ter sido fotografadas com crianças”.

A marca disse que removeu os itens de venda e excluiu as imagens de todas as plataformas da web.

A Balenciaga também se desculpou por exibir “documentos perturbadores” na campanha de colaboração da Adidas.

O fotógrafo Gabriele Galimberti — que tirou as fotos da campanha com as sacolas de pelúcia — também divulgou um comunicado, dizendo que a ideia era imitar sua série Toy Stories, que tinha fotos de crianças ao redor do mundo posando com suas coisas favoritas.

Ele disse aos seguidores que não tinha controle sobre os modelos ou produtos usados ​​nas fotos da Balenciaga e destacou que não eram explícitos.

Galimberti também destacou que não estava ligado à campanha anterior com a Adidas.

A Balenciaga disse que está “tomando medidas legais” contra as pessoas que contratou para produzir as imagens por incluir “itens não aprovados”.

A resposta de Kim Kardashian

Kim Kardashian também foi criticada pelas imagens — ou melhor, por se manter em silêncio sobre elas.

A empresária celebridade é embaixadora da marca e faz campanhas com a Balenciaga com frequência, mas ela não comentou o escândalo até domingo.

Kardashian disse que ficou “abalada com as imagens perturbadoras” e disse que “qualquer tentativa de normalizar o abuso infantil de qualquer tipo não deveria ter lugar em nossa sociedade”.

Ela disse que seu silêncio não foi por falta de repulsa e indignação, mas porque queria falar com Balenciaga para entender “como algo assim podia ter acontecido”.

Elogiando a marca por remover as campanhas e se desculpando, ela disse que estava “reavaliando” seu relacionamento com a empresa.

Mas afirmou que acreditava que a marca entendia a seriedade do problema e que tomaria medidas para garantir que isso “nunca mais acontecesse”.

G1

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