A Escola Municipal Professor Laércio Fernandes, localizada no bairro Nossa Senhora da Apresentação, está promovendo nos dias 15 e 16 de setembro a II Formação Continuada em Serviço da Escola Laércio Fernandes (FOCSELF), com o tema “Humanização e prática pedagógica na escola”. Após passar por um momento atípico como a pandemia, o evento foca nas necessidades emocionais tanto dos professores, quanto dos alunos. As palestrantes presentes são do Departamento de Atenção ao Educando (DAE/SME) e do Núcleo de Atenção Psicossocial (NAPS).
A FOCSELF começou a ser realizada no ano passado. Segundo Janiere Silva, gestor administrativo da instituição, o motivo da criação da formação foi a pandemia. “Nós começamos a pensar em um evento que possa ser realizado todos os anos e ter ele no calendário da escola. A importância é pensar nas demandas que tem dentro da escola e tentar encontrar um meio de soluções para elas. Esse ano, por exemplo, pela pandemia e o retorno presencial, a gente focou na necessidade do emocional e na aprendizagem dos alunos também”, disse Janiere.
Para a professora do Laércio Fernandes, Débora Freitas, a ação é bastante importante. “Eu parabenizo a escola pela postura de realizar essas formações, desse “estar junto”, de ter essa visão vinda do professor. A pandemia trouxe uma nova escola para nós. Já voltamos e estamos em sala. Entretanto, com muitas restrições, com pouquíssimas crianças, cada um no seu mundo e na sua sala”, descreve.
A diretora pedagógica, Gorete Ferreira, falou sobre a importância de tratar o emocional dos professores. “Se eu não estou bem emocionalmente, como é que conseguirei fazer uma aula boa? Isso acaba sendo passado para o aluno. Acabamos observando que por causa da pandemia, muitos professores não estão tão bem por conta do tempo reclusos, como também de diversas outras situações decorrentes”, afirmou a diretora. “Essa formação veio para isso, para fazermos a ligação do ‘eu cuido de mim e, assim, cuido do outro’. Assim tudo começa a fluir”.
Ana Nery, uma das assessoras do programa Justiça e Escola do DAE e palestrante desta edição do FOCSELF, conta que irão falar sobre esse desconcerto e comprometimento relacionado aos sentimentos dos professores. “Diante desse momento de pandemia, nós sabemos que as pessoas estão em um processo de transição. De um sistema analógico para um sistema digital e, agora, no sistema híbrido”, narra. “O objetivo é promover esse momento de reflexão e autorreflexão, sensibilizando os participantes a exercitarem a busca pelo autoconhecimento para aprimorar as relações consigo mesmo, com o outro e com a própria prática pedagógica”.
A professora Luciana Xavier acredita que será uma ótima oportunidade de interação. “A gente estava sentindo falta de estarmos juntos. Não só socialmente, mas profissionalmente. Estamos na escola, mas estamos em bolhas. Esta é uma oportunidade para interagirmos, para nos fortalecermos com as propostas que virão e assim como também colocar nossas angústias, metas”, disse.
Já Aparecida Campos, também professora da instituição, a falta de contato pode ter trazido essa falta de estabilidade emocional, mas que a formação pode auxiliar nisso. “Esse momento é para percebermos que não é só com a gente que isso está acontecendo, que é com o outro também. Que esse “novo normal” vai passar. É até para termos esperanças de que isso vai passar”, encerra.