Antenor dos Santos vive a angústia da espera de eventual ajuda do Itamaraty para voltar a ficar junto da família
O agente social Antenor Aparecido dos Santos é casado com a nepalesa Kabita Lama Ghising, com quem tem dois filhos brasileiros (Daniel, de 4 anos, e Isaak, de 6 anos). Eles moram no Nepal. Mas a pandemia mundial os deixou numa situação difícil e delicada. Antenor veio ao Brasil em fevereiro para tratar de suas atividades profissionais. Estava com voo marcado para regressar ao Nepal em 14 de março.
Exatamente naquela data, o país asiático estabeleceu restrições nos aeroportos do país e isso o impediu de voltar ao convívio com a família.
Desde então, a situação no Nepal ficou ainda mais rígida, do ponto de vista da entrada e saída do país. À distância, Antenor vive a amargura de dias incertos, com suas crianças lhe cobrando a presença e sua esposa em dificuldades de se manter na cidade em que estão – a capital Katmandu.
Daniel no colo da mãe, Kabita, e Isaak nos braços do pai, Antenor: família vive drama da separação por causa do fechamento de fronteiras no NepalFoto: Divulgação
“Os meninos me perguntam: ‘papai, cadê você?, quando o avião vai te trazer?’ É de cortar o coração. Eu já tinha preparado uma mala de presentes para os dois quando houve o fechamento de fronteiras no Nepal.”
Os parentes mais próximos de Kabita estão a cerca de 200 km de Katmandu e não há como ter uma aproximação com qualquer um deles por causa dos bloqueios nas estradas e nos acessos a cidades do Nepal. Isso também aumenta a intranquilidade de Antenor. “A polícia não deixa ninguém circular pelas ruas. Quem não cumpre a determinação, recebe multas pesadíssimas.”
Diante desse cenário, Antenor considera muito mais viável que sua família consiga autorização para deixar o Nepal e vir para o Brasil, a fim de que eles possam ficar juntos de novo durante a pandemia. Por isso, tenta uma ajuda do governo brasileiro para que Kabita e os pequenos Daniel e Isaak possam ser realocados num voo de resgate para o Brasil ou, em última instância, consigam deslocamento para outro país, na Europa ou em Dubai (Emirados Árabes Unidos), por exemplo. Se isso for possível, Antenor se compromete a ir buscá-los fora do Nepal.
“São dias intermináveis, com muitas saudades e apreensão.”
O agente social ficou conhecido no Brasil e no país onde mora há 13 anos por suas ações humanitárias em 2015, após um terremoto devastador no Nepal, no qual morreram milhares de pessoas. Ele e sua esposa percorreram locais inóspitos para prestar primeiros socorros às vítimas e organizaram campanhas que arrecadaram toneladas de alimentos doados aos que perderam suas casas. Na oportunidade, Antenor deu entrevistas para várias publicações do mundo.
O Terra solicitou ao Itamaraty uma posição sobre o caso específico de Antenor, Kabita, Daniel e Isaak, o que será incluído neste texto tão logo receba uma resposta.
Terra.