Mulheres na liderança: as melhores medidas contra o CODIV-19 são delas

As melhores medidas contra o CODIV-19 foram feitas por mulheres (Foto: Getty Images/Reuters/AFP)
As melhores medidas contra o CODIV-19 foram feitas por mulheres 

Na luta contra o coronavírus, quem tem saído na frente são… as mulheres. Já contamos como médicas e enfermeiras foram linha de frente no combate à doença na China, mas, agora, a ‘Forbes’ apontou para outro destaque: como os países com as medidas mais eficazes contra o vírus são liderados por mulheres.

Da Islândia à Taiwan, passando pela Alemanha e Nova Zelândia, são mulheres em cargos de liderança que têm mostrado a maior eficácia na luta contra a pandemia do CODIV-19 – com resultados impressionantes.

Antes de qualquer coisa, vale notar que esses países não podem ser considerados exceções por serem pequenos ou menos relevantes em termos da economia global. Enquanto a Islândia e a Nova Zelândia são, sim, ilhas pequenas, a Alemanha é um dos mais importantes países da União Européia. Importante lembrar ainda que o Reino Unido, também uma ilha, é considerado um dos países mais importantes do mundo e seguiu políticas catastróficas de combate à doença.

Em termos de liderança feminina, vamos entender como as mulheres saíram na frente segundo quatro pontos principais:

1. Transparência

A chanceler alemã Angela Merkel foi rígida nas medidas de prevenção à pandemia do coronavírus (Foto: Getty Images)
A chanceler alemã Angela Merkel foi rígida nas medidas de prevenção à pandemia do coronavírus 

Desde o começo dos casos na Alemanha, a chanceler Angela Merkel disse para os seus parlamentares que o assunto era sério e que o momento era de atenção e cuidados máximos – e ela foi ouvida. Por isso, o país entrou logo na fase de testes em massa e isolamento social. Como resultado, o país está com bem menos casos em comparação com os vizinhos europeus e prevê o afrouxamento da quarentena em breve.

2. Determinação

A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen (Foto: Chan Long Hei/Getty Images)
A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen 

Tsai Ing-Wen presidente de Taiwan agiu rápido e muito antes da doença começar a se espalhar. Por lá, logo que os primeiros casos começaram a surgir, em janeiro deste ano, ela colocou em prática 124 medidas de segurança e proteção diferentes para combater a então epidemia e evitar a necessidade de um distanciamento social rígido. Os resultados foram tão efetivos que, até agora, Taiwan registrou apenas seis mortes por coronavírus, e as ações da presidente foram consideradas as mais eficientes pela CNN internacional. Agora, Tsai Ing-Wen está exportando mais de 10 milhões de máscaras para os Estados Unidos e a Europa para ajudar no crescimento exponencial dos casos por lá.

Na Nova Zelândia, a primeira ministra Jacinda Ardernfoi muito rígida com o isolamento social desde cedo. Quando ainda existiam apenas seis casos de coronavírus no país, ela foi rápida em isolar pessoas que chegavam de fora e logo baniu a entrada de estrangeiros por lá. Até abril, o país registrou apenas quatro mortes, e enquanto algumas nações falam em afrouxar as medidas de segurança, ela quer restringi-las um pouco mais para evitar uma nova onda de casos: todos os neo-zelandeses que retornam ao país são colocados em quarentena por 14 dias em espaços desenhados exatamente para isso.

A primeira-ministra Jacinda Ardern da Nova Zelândia (Foto: Hagen Hopkins/Getty Images)
A primeira-ministra Jacinda Ardern da Nova Zelândia 

3. Tecnologia

A primeira-ministra da Islândia, Katrin Jakobsdottir (Foto: Ints Kalnins/Reuters)
A primeira-ministra da Islândia, Katrin Jakobsdottir 

A Islândia está se mostrando um verdadeiro case no uso da tecnologia no combate à pandemia. A primeira ministra Katrín Jakobsdóttir foi na contramão de muitos países do mundo e decidiu que o governo ofereceria testes gratuitos para toda a população islandesa. Considerando as respectivas proporções populacionais, até o momento a Islândia já testou cinco vezes mais pessoas do que a Coreia do Sul, outro destaque no combate à contaminação por CODIV-19 no mundo. Fora isso, o país ainda estabeleceu um sistema rigoroso de acompanhamento dos casos, o que significa que a Islândia não precisou colocar a população em quarentena ou fechar as suas escolas.

Sanna Marin foi exatamente onde as pessoas estão para combater a pandemia: a internet. Um destaque na política ao ser a mais jovem chefe de estado do mundo, ela foi eleita em dezembro do ano passado como primeira-ministra da Finlândia. Parte da geração millennial, Sannasabe que muitas pessoas não usam os meios de comunicação tradicionais para se informarem, por isso, fez parcerias com os maiores influenciadores do país para que eles ajudassem passando informações confiáveis para o seu público sobre o que estava acontecendo por meio das redes sociais.

Primeira-ministra da Finlândia, Sanna Marin (Foto: Antti Aimo-Koivisto / Lehtikuva / AFP) / Finland OUT (Photo by ANTTI AIMO-KOIVISTO/Lehtikuva/AFP via Getty Images)
Primeira-ministra da Finlândia, Sanna Marin 

4. Empatia

Primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg (Foto: Lise Åserud / NTB Scanpix / AFP) / Norway OUT (Photo by LISE ASERUD/NTB Scanpix/AFP via Getty Images)
Primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg 

A primeira ministra da Noruega, Erna Solberg, foi absolutamente inovadora na sua ação ao lidar com a crise do coronavírus. Erna usou a televisão para fazer uma coletiva especial apenas para crianças. Ali, os adultos não era bem-vindos, e ela usou o espaço para tirar dúvidas dos pequenos e explicar que estava tudo bem em sentir medo do que estava acontecendo. A ação virou um case de empatia e cuidado com pessoas que ainda estão aprendendo sobre a vida em sociedade e que, muitas vezes, estão muito envolvidas com as questões dos pais para saberem como lidar com as próprias emoções.

Todas essas ações demonstram um nível de cuidado e atenção que dificilmente estamos vendo nas ações de líderes masculinos mundo afora. Em outros países, como os Estados Unidos e o próprio Brasil, a atuação dos líderes parece manter o foco em uma visão autoritária de como trabalhar uma crise: culpar alguém pela pandemia (no caso, a China, onde a doença surgiu), demonizar a mídia e negar as orientações dos órgãos internacionais de saúde.

Existem estudos que demonstram como a liderança feminina pode ser mais benéfica do que a masculina, mas o que vemos, ainda hoje, é uma necessidade da sociedade de fazer as mulheres agirem mais como os homens e a ausência do gênero em cargos de liderança – no Brasil, segundo o IBGE, apenas 31,3% desses cargos são ocupados por mulheres. Talvez seja a hora de mudarmos esse quadro. E o futuro aponte um caminho ainda mais feminino e feminista.

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