Recém-criado, o Infra Women Brazil já conta com 100 mulheres que trabalham em áreas ainda dominadas por homens, como energia, saneamento e transportes
A executiva paulista Teresa Venaglia estava acostumada a ser a única ou uma das raras mulheres em eventos de empresas de infraestrutura. Engenheira eletricista, Teresa preside a BRK, maior empresa privada de saneamento básico do país. No início do ano passado, ela chegou a comemorar com outras três participantes o número recorde de colegas do sexo feminino em uma conferência internacional. Foi nessa ocasião que surgiu a ideia de criar o Infra Women Brazil. O grupo, fundado no final de 2019, já reúne 100 mulheres que ocupam cargos de direção em empresas de energia, ferrovias, rodovias, aeroportos, saneamento.
O objetivo do Infra Women é criar uma rede de relacionamento — o famoso networking, no jargão corporativo — entre mulheres dessas áreas. “Vamos fazer o que os homens fazem naturalmente quando se reúnem para jogar futebol, por exemplo, porque networking é fundamental para se chegar a cargos de comando”, diz Teresa. “Por diversos motivos, incluindo a maternidade, a mulher costuma sair do trabalho e ir correndo para casa por causa dos filhos e de outras tarefas, que historicamente foram atribuídas ao papel feminino”, finaliza Teresa.
Um dos objetivos do Infra Women é formar um banco de dados de executivas de infraestrutura. “O fato de sermos poucas e estarmos dispersas, dificulta a indicação quando surgem vagas para posições executivas e conselhos de administração, mesmo quando a preferência é por uma profissional mulher”, diz Fabiana Repucci, diretora-executiva da CCI (Concessões e Construções de Infraestrutura) e presidente do conselho de administração da GPA, empresa que construiu e administra uma penitenciária em Minas Gerais.
Outra ação prática do grupo é o programa de mentoria de jovens lideranças. “Vamos promover o contato entre as jovens e as mais experientes do grupo, não só como forma de apoiar o desenvolvimento profissional, mas também para ajudar a pensar o futuro do setor e contribuir com o desenvolvimento econômico do país”, diz Isadora Cohen, ex-secretária de Estado do Programa de Desestatização de São Paulo e atual sócia diretora da KPMG.
Fonte: Veja.