Atriz Fernanda Nobre diz que busca ‘equidade sexual’, e detalha seu relacionamento aberto: ‘Nunca repetimos os parceiros’

Fernanda Nobre e o marido, José Roberto Jardim (Fotos: Reprodução)

Fernanda Nobre comentou sobre os vídeos que tem feito no período de isolamento para o seu IGTV. A atriz de 37 anos grava, de frente para a câmera do celular, conteúdos sobre relacionamentos, tabus, sexo e feminismo. Além deste tema, a artista falou ainda sobre sua relação não-monogâmica com o marido, José Roberto Jardim.

— O José tem essa generosidade, esse amor (de olhar para o companheiro e sentir felicidade de ele poder viver outras coisas). Eu, menos. Sou de um lugar mais egoísta. Ano passado li um livro que tem uma frase que me tocou: “Quando você namora um cara, encontra um sapo que vai transformar em príncipe”. E os homens olham para a gente do jeito que a gente é, e eles odeiam que a gente mude o nosso jeito. E eles se apaixonam pelo jeito como a gente é, e depois eles ficam ressentidos conforme a gente vai mudando durante os anos. O Zé fala muito isso. Quando a gente se conheceu, eu estava transando com dois amigos dele ao mesmo tempo. E ele falava: “Cara, não vou namorar você. Você está no auge da sua potência, no auge da sua liberdade sexual, e eu acho lindo isso”. E eu não entendia. “Estou transando com todo mundo, ó. Você não está namorando comigo”. E ele “Tá! Tudo bem”. Porque ele é um cara mais seguro e tem essa generosidade. Eu achava difícil de compreender isso, como se fosse uma falta de amor. Mas eu me apaixonei — disse ela, no podcast “Calcinha larga”.

A atriz conta, ainda, que demonstrou que queria entrar num relacionamento sério:

— Eu falei: “Cara, estou a fim de ter um namoro. Se não for com você, vai ser com outro cara”. A gente saía com outras pessoas, mas vivia essa relação que era aberta, não tinha rótulos (…) A gente ficou um tempo na monogamia, certinha, nananã… E eu insegura, coisa que eu não tinha quando estava sem o rótulo. Eu não vivia em insegurança.

Fernanda conta o motivo de ter optado pela relação não-monogâmica:

— O que eu busco com o relacionamento aberto é equidade sexual, equidade de liberdade.

Ela revelou o que ainda não aconteceu na relação não-monogâmica do casal:

— Eu nunca vivi (a situação de) ele transar com uma pessoa mais de uma vez. A gente nunca viveu isso. Não tem essa regra, só não vivemos até hoje isso.

A atriz comentou ainda que não acredita que após a maternidade seja possível levar este tipo de relação:

— Quando você é mãe, essa equidade já não existe, por mais que você tenha um marido muito maneiro, muito parceiro, um pai muito presente (…) Imagina a culpa de se afastar do filho para transar?

No tema feminismo, Fernanda comentou sobre padrões de beleza e de comportamento. Ela lembrou que era comum que colocassem rótulos devido à sua aparência física:

— Comecei a ser atriz com 8 anos de idade. E eu, loira, pequenininha, mignon, de olhos azuis, ainda mais na década de 90, fui colocada neste lugar de princesa, de menina. E eu sempre fui uma criança muito doente porque tenho uma asma muito grave. Aí fui colocada nesse lugar. E sempre fui muito doce, frágil e cuidada por causa da doença. Quando você faz televisão, entra num rótulo muito rápido. Aí esse rótulo da doçura foi colocado em mim e quando eu fui para a adolescência eu detestava. Eu era arisca. Odiava que as pessoas falassem que eu era fofa. Era como se estivessem me xingando. Com a maturidade encontrei esse equilíbrio.

Patrícia Kogut – O Globo

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